Pés descalços, andando sem rumo
A areia calejada pela brisa descansa
A lua brilha azul no horizonte
Brisa fria... Lírios, não por fora, não fora
Conchas por todo caminho trilhado
Um som ao fundo indecifrável
Socorro, ajuda, dor, não sei
Oceano furioso com sua paz
Rotineiramente as águas alcançam
Tocam meu pé e fogem, voltam
O momento do toque, fantástico
A falta, o Oceano tenta cobrir
A brisa contínua não deixa esquecer
Meus pés ainda estão molhados
A água não dá tempo para secar
Mas o Oceano não conhece tempo
Já não sinto o caminhar pela areia
As rochas no fim não alcanço
Paro, sento, fico assistindo
A lua beija o Oceano, lágrimas escorrem
As lágrimas espalham-se pelo mar
Deixam um rastro até sua dona
O Oceano as apara, não as deixa afundar
A brisa as afasta, a maré as trás
Sentado vejo a dor da lua
Vejo minha senhorita no oceano
Como um anjo... talvez
Vejo o Oceano a segurando
Enxergo a dor do Oceano
Calmo para todos
Apoio para a lua
Lar de minha dama
Extinguiu-se toda vitalidade de nós
O sofrimento aumenta no luar
A lua mostra seu brilho
Minha senhorita confunde-se com as lágrimas