Devaneio

11 de jul. de 2014

A luz está me sufocando 
Tantos alucinados,
Pensam que enxergam. 

Saia do seu sistema 
Assista o desmoronamento 

Corações quebrados, 
Almas cegas... acho 

Meus olhos já não aguentam 
Pelos céus, faça algo!

Até os mares, vamos juntos 
Andaremos sobre as águas 
Não temas a desesperança,
Ela guarda as respostas. 

Aprendiz


Cego pela maré
Humano, apenas 
Não há maneiras de compreender 

Não está com fome? 
Fuja então 
Nunca esteve aqui 

A lição está muito difícil? 
Vá até o seu paraíso. 

Homens tentam entender Homens.
Jamais me entenderá,
Sentada em seu trono.

A Viagem

9 de jul. de 2014

E se... tudo isto for mentira?
Ainda viveria?

Não quero o nascer do dia...
Tão pouco o crepúsculo.
Nem me fale do momento.
Então, o que sobra?

Diga-me o motivo!
Não há?
Eu preciso?

Não há morte
Há vida?
Não quero perguntar tanto.

Já não enxergo em meio a floresta 
Deixo os uivos me guiarem 

O cheiro da grama ainda é o mesmo
Preciso da razão?
O que procuramos?

Estamos... estou anormal
Normalmente indeciso
Preciso fazer esta busca
Nos encontraremos(...)?

A Maré

4 de jul. de 2014

As marés já sucumbiram
O Oceano não nos espera
Mas enfim, não há pressa

Invadimos a brisa,
A procura chega ao fim.
Não ache a tempestade

Rochas desmoronam na encosta 
Posso ver sua queda.
A água não está parada. 

Espelho de tudo,
Por isso não compreendo.
Não é apenas eu.

Selva de Almas

Graveto por graveto
Está escuro aqui...
Enfim, não sabemos de nada.

O uivo ecoa longe
A dor é ressoada entre nós.
Vemos o que é nosso.

E se eu for?
Dois copos de vinho,
Algumas conversas 

Pare de rasgar meu peito,
Pare de atear fogo. 
Chega desta porra de hipocrisia. 

Alguém, abençoe o desalmado. 
Já estamos aqui, sentados... 
Lá fora, floresta.
Aqui, uma lareira e você.

Glória! Ele está falando
Não passa de outro lobo.
Juntar-me-ei a alcateia

Grite, seu sangue não existe mais.
Você consegue me ver? 
Por favor, olhe-me.

Olhemos, então
Nunca estivemos sozinhos
Meus demônios estão aqui. 

Obedeça, menino
Tudo acabará
Finalmente? 

Não sabe o que tu queres?
Continuaremos no limbo?
É uma droga!

Estávamos corretos...
A vida é poesia,
Poesia que expira 

Meu Nada

Te amo tanto
Então, lutemos?
Ainda há maneiras para respirar. 

Moamos a dor,
Ódio, para continuarmos
Tudo para alcançarmos o fim
Assim, eu e você

Não esqueças, após amanhã
Teremos o nosso esquecimento
O dia vai fechar

És minha alma afinal

Adega

Aqui estamos
Vinho quente, empunhados
O tempo distante
Nós, enfim, conquistados

Libertem a alma! 
Ela está aqui para escutar
Respire, tome tempo
Pegue seu ar

O dia que todos partirão,
Compartilhar, da vida,
A única coisa real

A porta está aberta,
Eu não vejo você...
Você já me viu?

Então, mostremos...
O paraíso, aos anjos
O inferno, aos demônios
Eu, a você

Vale do Perdidos

Cacos frágeis sangram no chão
Os espinhos, a mão já não furam mais
Já morremos por muito tempo
Chega de segurar esta rosa

Quero ser curado,
Não me deixe afogar,
Tire-me do meu vício.

Você já deixou o último suspiro,
Agora é meu turno.
Não ache motivos para a adaga,
Eles não existem.

Está ouvindo?
As lágrimas das Sereias...
Não... não escute o nada
Apenas o afaste.

Estamos aqui,
No Vale dos Perdidos
Sexta... sexta, sexta
Pela sexta vez entraremos nele.

Roteiro

Já aviso
A Moça vai morrer no final
Os corações... um arraso
O Jovem, vai ficar mal

Estamos todos avisados
Queira bom homem
Escutar os avisos

Queira boa dama
Escutar o bom homem

De Chá nunca mais
Até o crepúsculo...

Tênue momento alaranjado
Árvore a frente,
Chá enfim, inalterado

No final, sempre no final...
Retenha toda a escuridão.

Começamos novamente,
No inexplicável.
Acharemos todos os perdidos.

Casa dos Vivos

Borbulha sangue em nosso pensamento
Venta, afastando os campos que procuramos
É isto triste?

Pare de murmúrios em meu ser,
Buscamos a cura para a alma.

Vestimos a roupa, novamente. 
Lá vem o alfaiate da morte,
Para cortá-la.

Estamos fora do tempo...
E já estivemos nele?

Como um vagante,
Corre para achar uma cova,
Para descansar.

Ache um lugar úmido,
Velho, com gramas em sua janela.
Assista quando a noite queimar,
Elas murcharem. 

Realmente, não é mais novidade.
Lá vai o defunto viver...
Pior é viver como defunto.

Carta

Compreendemos a dor.
Finalmente aceitamos o véu.
Viveremos sem o amor...
Ele acabou de mandar uma carta,
De suicídio. 

Como é frio estar em baixo da mentira
Mas a verdade congela.
Mande seus anjos para longe.
Deixe-me ver seu demônio.

Ainda enxergo seu gotejo de esperança.
Ainda luta para suspirar?
Não faz sentido,
Não precisamos mais.

Vamos fazer a mala
Coloque toda a sua roupa,
Todo o seu nada,
E a carregue. 

Silêncio

Não corra...
Ele já está a nossa frente,
O nada.

Esta dor está aqui novamente,
Mas ela sempre esteve.
Já nos acostumamos.

Triste, a morte já é rotina
Sempre constante,
E nem ligamos. 

Começarei a implorar,
Não me deixe morrer.
E você será meu nada

Sim, já vimos isso
Mas já estamos acostumados,
Com a morte.

Dança das Sereias

Vamos assistir,
A dança das sereias.
Lá, longe no oceano,
Estamos aqui, na areia. 

Volte, lute, não me escute!
Eu preciso de você, senhorita 
Não me perca de vista.

O inferno nos abraça,
A caída de todos está próxima,
Não se importe com porra nenhuma
Até o céu nos amassa. 

Já estava na hora,
Ela gritava por mim,
Eu escutei o seu choro,
Vamos agora.

Encostei meu pé no oceano,
Devo mergulhar?
Mergulhar? Já estou nele,
Vou afundar.

Ali está a sereia,
Sorrindo para mim. 
Ela conseguiu o que queria,
Estou no começo do fim. 

Decisão

A arma está apontada
Seguramos o mundo,
Antes de apertar o gatilho.

Eu não posso gritar,
A lágrima ardente já virou rotina,
Tudo estagnou!

Quem vai apertá-lo?
Vai me ajudar a puxá-lo? 
Vai tirar da minha mão?

Ajude o sem esperança,
Deitado no canto,
Aparte do mundo.

Hoje lutaremos pela vida.
E outro dia viveremos.
Vamos, o fim está perdido.

Tentamos não afogar,
Mas como é difícil.
A verdade está a frente...
Não abra os olhos.

O Amor morreu,
Homens tentam ressuscitá-lo.
Busca perdida para o Fim.
O Fim não é a felicidade.

Dê-me uma razão para matar,
Dê um sentido para fugir.
Encarar a porra da sua hipocrisia,
Estamos perto do precipício.

Está vendo o trono de ouro a frente?
Eu o fiz.
Estava nele, mas levantei.
Você já saiu do seu?

Tire a faca do meu peito,
A temporada de caça já passou.
Os lobos estão rodeando,
Esta é a vez deles.

Brasa

Digamos que...
Eu conheci o inferno.

Não consigo guardá-lo pra mim,
Mas a brasa não pode ser repassada
A alma já está em pedaços,
Não alcanço o chão para pegá-los.

Olhamos agora para todos os pontos
Não dá para correr,
Não dá para saber,
Não pode chorar.

Rasteja em meu rosto, como sempre.
Sempre, por quê?
Gotejo de dor,
Carrega muita alma.

Escolhemos a escolha,
Sem saber se podemos escolher.