Vitalidade

24 de set. de 2014

O céu lacrimeja entre as folhas
A escadaria sangra
A menina chora e... desce

A lua veio, como todo dia
O humano ficou sóbrio
E o dia virou noite

A realidade ecoa no vale.
Névoa beira as árvores.
O chalé é mais quente

Cacos no chão
Não me cortarei novamente

Ele foi embora,
Não olhou para trás, não podia.
Está errado? Desesperado ou sábio?

O sino começou a tocar
Congela os sentidos
Chá? Sem importância.

O inverno chegou após um tempo.
Todos festejam o nascimento.
Mas a menina... a menina
Ela olha a mancha na escada.

Choro de Sereia

16 de set. de 2014

Cálida, espera a brisa
Vento onírico do mar
Leva a vida, acalma-te 
Não há pressa com tempo

A dança das ondas
O inquietar das gramas 
Estamos rodeados... dancemos 
Temos até o fim da chama

Dama, vai caminhar comigo? 
Nós estamos sozinhos, sabia? 
Podemos andar na areia
Seguirmos para o horizonte 

Chegaremos no crepúsculo
Mostre-me sua vida
Eu mostro todo o fim
Parvidade, enfim, aparente

Senhorita, passe-me as chaves
Eu aceito sua vontade
As ondas já se abriram
Meu mar já fechou








Afluentes

Suas lágrimas não adiantam mais
Ele já se foi.
Por que chora agora?
Menos um peso.

Não era esse o esperado?
Não foi esse o caminho trilhado? 
Cegos em seus mundos
Acordem, a noite já chegou

O dia não faz sentido.
Pessoas acordam para mentir.
Sentido existe, seu cego

Sentido. E os soldados viram, sem questionar
Chega, já tirei minha alma.
Agora sou outro, eu mesmo, sem mim